10 reflexões do livro "A Sutil Arte de Ligar o Foda-se"

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7min de leitura

Por Deysi Sousa

Colaboradora no Soror Studio e apaixonada por empreendedorismo e autodesenvolvimento.

Recentemente li um livro que queria ler há muito, muito, muito tempo: A Sutil Arte de Ligar o Foda-se (Mark Manson).

Acompanho o autor no Instagram há bastante tempo, já li alguns de seus artigos e sou fã inclusive de sua esposa, a maravilhosa Fernanda Neute que já apareceu por aqui em outros textos do blog.Uma das coisas que mais me chamam a atenção na escrita de Mark é a sua acidez e honestidade. Ele escreve como alguém que não tem medo de magoar os nossos sentimentos, sabe? E, ironicamente, às vezes é isso que a gente precisa para lidar com esses mesmos sentimentos.Como já imaginava que iria acontecer, gostei muito do livro e fiz várias marcações no meu Kindle das partes que mais me impactaram. Hoje trouxe aqui 10 delas para que você possa refletir um pouco e também se empolgar para ler o livro na íntegra.Vamos lá?1. “(...) essa fixação no positivo, no que é melhor ou superior, só serve como um lembrete do que não somos, do que nos falta, do que já deveríamos ter conquistado mas não conseguimos. Afinal de contas, nenhuma pessoa realmente feliz sente necessidade de ficar falando que é feliz para si mesma no espelho. Ela simplesmente é.”Esse trecho me fez pensar sobre o paradoxo que é sempre buscar mais e, consequentemente, lembrar sempre do que não temos, quando também buscamos estar felizes e aproveitar essa sensação no presente. Qual o equilíbrio entre focar no que não temos para conquistar essas coisas e ao mesmo tempo ser grato e feliz pelo que somos e temos agora? São perguntas que não me arrisco a dar uma resposta, mas, como tudo na vida, a resposta possivelmente está no equilíbrio entre essas duas forças. Por um lado não podemos parar de crescer, por outro a felicidade está sempre no hoje e não no amanhã.2. “O segredo para uma vida melhor não é precisar de mais coisas; é se importar com menos, e apenas com o que é verdadeiro, imediato e importante.”Fiz um texto inteirinho sobre o livro Essencialismo no ano passado e esse trecho me fez lembrar exatamente dele. Acredito que às vezes não percebemos o quão é limitado o nosso tempo e também nossa energia. Se não selecionarmos bem tudo o que recebe isso de nós (tempo e energia), pouco a pouco vamos nos sentindo drenados e divididos, mas sem muitos resultados advindos de todo esse esforço.3. “Desejar sentimentos positivos é um sentimento negativo; aceitar sentimentos negativos é um sentimento positivo. É a isso que o filósofo Alan Watts se refere como “lei do esforço invertido”: a ideia de que quanto mais tentamos nos sentir bem o tempo todo, mais insatisfeitos ficamos, pois a busca por alguma coisa só reforça o fato de que não a temos.”Esse trecho faz ligação com o primeiro que coloquei aqui, mas gosto especialmente da parte onde ele fala sobre como aceitar os sentimentos negativos é um sentimento positivo. Sempre que aceitamos de forma racional e deliberada que certas dores vão ser necessárias para que nos tornemos melhores do que ontem, o que era negativo automaticamente passa a se tornar parte do processo, passa inclusive a ser esperado. E se é assim, porque iríamos lutar contra? Essa perspectiva muda tudo.4. “Ligar o foda-se não significa ser invulnerável, mas se sentir confortável com a vulnerabilidade.”Todos nós nos importamos com alguma coisa. O “ligar o foda-se” não quer dizer que magicamente decidiremos que nada realmente importa. No sentido em que ele aborda no livro, me lembrou a incrível Brené Brown: a verdadeira coragem está na vulnerabilidade. Quando você consegue se acostumar com ela, conviver com ela e fazer as coisas APESAR dela, então realmente sendo corajoso ou em outras palavras “ligando o foda-se”.5. “Se quiser ligar o foda-se para as adversidades, primeiro você precisa se importar com algo mais importante que elas.”Essa frase me lembrou de outra: “Quem tem um porquê enfrenta qualquer como.” Em outras palavras, a vida nunca para de nos mandar pequenas e grandes dificuldades, mas, para ligar o foda-se para elas, normalmente você precisa estar com algo maior em mente, algo que faz valer a pena passar por tudo isso. Se não for assim, o primeiro dissabor torna-se o fim do mundo e acabamos nos importando mais do que deveríamos com as pequenas coisas irritantes do dia a dia.6. “Seja na riqueza ou na pobreza, não existe valor no sofrimento quando não há um propósito.”Acredito que sofrer sem entender o porquê aumenta exponencialmente a quantidade de sofrimento. É por isso que tudo que não faz muito sentido e os sofrimentos aleatórios da vida às vezes parecem doer mais: além da dor deles, temos também a dor de que não há significado naquilo. Da mesma forma, o ser humano é capaz de enfrentar desafios (e dores) gigantescas quando ele sabe o porquê do que está acontecendo e também o que irá ganhar com aquilo. Não quer dizer que fica mais fácil, mas arrisco dizer que essa consciência mental de propósito alivia muito porque boa parte de nossa dor é também psicológica.7. “Nós gostamos de pensar que existe uma felicidade derradeira a alcançar. Gostamos de pensar que é possível alcançar um alívio permanente do sofrimento. Gostamos de pensar que é possível se sentir para sempre pleno e satisfeito com a vida. Mas não é.”Esse tipo de conclusão é a que me refiro quando digo que Mark às vezes fala umas verdades de forma dura, mas necessária. O equilíbrio entre a busca pelo que queremos, pela felicidade, e a consciência de que o sofrimento ainda assim não irá embora na linha de chegada é algo muito delicado. Se todos os dias fazemos algo sonhando com uma vida diferente quando alcançarmos x, como também entender que nessa mesma vida no ponto x o sofrimento ainda estará lá, mas talvez de formas diferentes? A felicidade e a satisfação nunca serão um estado imutável, como nada é nessa vida. Talvez por isso precisamos sempre lembrar de encontrar a felicidade também no hoje, porque aparentemente o sofrimento é sempre fácil de encontrar, em todas as partes da vida.8. “Há quem queira abrir um negócio, mas ninguém se torna um empreendedor bem-sucedido se não encontrar um jeito de avaliar o risco, a incerteza, os muitos fracassos, a quantidade insana de horas dedicadas a algo que pode render absolutamente nada.”Como não se identificar, né? Empreender é um exemplo clássico de arriscar e se doar sem ter NENHUMA certeza. Você começa a colocar toda a sua energia, tempo e, às vezes, dinheiro, em algo que você não sabe se algum dia irá te trazer retorno. É fé misturada com estudo, intuição misturada com análise, sonho misturado com avaliações. Mais uma vez, é o seu porquê que te leva para a frente. Aquela sensação de: mesmo se eu fracassar, vai ser melhor do que nunca ter tentado.9. “(...) porque nossos valores determinam a natureza dos nossos problemas, e a natureza dos nossos problemas, por sua vez, determina a qualidade da nossa vida. Os valores são a base de tudo que somos e fazemos.”Pessoas podem fazer a mesma ação e terem sensações completamente diferentes: uma pode se sentir incrivelmente culpada, a outra pode obter extrema alegria. O que mudou? O valor de cada pessoa em relação à ação executada. Os nossos valores, o que valorizamos, o que consideramos certo ou errado, justo ou injusto… Tudo isso é que no final nos causa sofrimento ou não. Até porque grande parte do nosso sofrimento vem daquela coisinha incômoda que todos nós temos: a voz interior na nossa cabeça que nos aponta cada erro que cometemos. Erro esse que só é considerado erro por causa de quê? Isso mesmo, por causa dos nossos valores. Entender bem o que valorizamos é um passo essencial para tomarmos decisões e evitar todo tipo de sofrimento e culpa no futuro.10. “Quando acreditamos ter escolhido nossos problemas, nos sentimos empoderados. O oposto acontece quando achamos que eles nos foram impostos: nos sentimos vitimados e infelizes.”É engraçado como isso é muito óbvio, mas ao mesmo tempo acho que nunca tinha parado para pensar nisso. No livro, Mark dá um exemplo bem ilustrativo: correr uma maratona porque você quer será incrível. Correr porque alguém está ameaçando matar a sua família se você não o fizer é assustador e cruel. O sofrimento de correr a maratona será o mesmo, mas a autonomia não e isso muda tudo. Pare para pensar um pouco: quantas vezes você escolheu sofrer por algo e no final você se sentiu bem com essa escolha? Tudo depende do porquê estamos fazendo algo e da nossa sensação de controle. Qualquer sofrimento torna-se mais “fácil” se conscientemente o estamos escolhendo. A grande pergunta é: sabemos por quais motivos estamos sofrendo em tudo que fazemos?-É isso! Como podem ver gostei bastante do livro e indico muito que você o leia na íntegra. Não irá se arrepender.

Qual dos trechos selecionados foi o seu preferido? Deixe um comentário e até a próxima!

24 Mai 2021

10 reflexões do livro "A Sutil Arte de Ligar o Foda-se"

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